sexta-feira, 14 de maio de 2010

ADRIANO MARTINS TURISMO 2

IDEOLOGIA, COMPLEXIDADE, RIZOMA, MICROPOLITICAS,
O INTELECTUAL E O PODER


A ideologia tradicional é a ideologia burguesa que tem suas idéias produzidas por agentes sociais como o pai, padre, o policial, o político e o patrão, os cinco pes que são os da formação piramidal das pessoas. Com a chegada do fordismo e da organização, que trouxe para o setor industrial, a linha de montagem, e a gerencia cientifica, que tirou o conhecimento dos funcionários dividindo o trabalho em partes e separando os que tinham competência para dirigir dos incompetentes que executavam. Criou-se uma ideologia contemporânea, também chamada de ideologia invisível, pois parecia não ter agentes produzindo as idéias, mas elas pareciam emanar das chamadas leis de mercado. Depois essa ideologia ficou conhecida como ideologia de competência, na qual, possuem poder aqueles que possuem saber e não possuem poder aqueles que não possuem saber. A ideologia não possui história, mas fabrica histórias imaginárias, que nada mais são do que uma forma de legitimar a dominação da classe dominante sobre os dominados. E somente uma prática política nascida dos explorados e dominados e dirigida por eles próprios, pode desmantelar essa ideologia. Ao invés de falar de ideologia, fala-se de produção de subjetividade, isso é micropolítica. O sujeito, territorialização, lugar, etnias tradicionais e referências, versus o agenciamento coletivo de enunciação, que é a multiplicidade de territórios, o coletivo, pai, mãe, tia, avó. Micropoliticas trata-se do desejo maquínico, o desejo que é fabricado e não de inconsciente, hierarquia, por isso ao invés de ideologia, falar de produção de subjetividade. Ela é a base da pirâmide e age de baixo para cima, enquanto a política é de cima para baixo. É uma política menor, de grupos, desterritorializada, ramificada e coletiva, é molecular. Enquanto a maior é territorializada, centrada e individual (o estado). Atuar na produção da subjetividade é criar linhas de fuga, o que lembra a noção de rizoma, uma nova imagem de pensamento, que diferente da perspectiva arbórea, o rizoma rompe com a hierarquização e sua imagem nem pode ser tomado como um paradigma, pois nunca há um rizoma, mas rizomas. Na medida em que o paradigma fechado paralisa o pensamento, o rizoma sempre aberto faz proliferar pensamentos, essa é sua função básica. O rizoma é uma raiz que conecta um ponto qualquer com outro, onde qualquer conexão é possível, é sempre uma multiplicidade que não pode ser reduzida a unidade, esta sempre sujeita a linhas de fuga, que apontam para novas e insuspeitas direções, podendo ser acessado de infinitos pontos. E como na terra de fugitivos quem corre no sentido contrário é quem esta fugindo. Onde há o poder ele se exerce. É a velha história do molar (maior) e molecular (menor). Ninguém é de fato seu titular e, no entanto ele sempre se exerce em determinada direção, com uns de um lado e outros do outro, não se sabe certo quem os detém, mas se sabe quem não os possui.O poder nunca esta acima de ninguém, esta dentro da cabeça de cada um. Ninguém sabe mais que ninguém, mas de vez em quando ocorre uma infantilização, onde pensa-se por nós e organiza-se por nós e tudo passa pelo estado, é quando se torna preciso resistir a serialização e insistir na singularização,fazer uma revolução, mas uma revolução molecular, feita pelo povo e não reforma, por que reforma é outra coisa, esta é feita por um representante (o estado faz reforma). É preciso uma nova teoria, já que teoria não se refaz, fazem-se outras e também não totaliza, se multiplica e multiplica. A teoria não expressará, não traduzirá, não aplicará uma pratica: ela é uma pratica. E prática nada mais é que um conjunto de revezamento de uma teoria para outra e uma teoria uma revezamento de uma prática para outra. A teoria representava o sábio e a prática o povo, o saber com o povo. Porém sempre existe um poder que barra, proíbe e invalida esse discurso esse saber. É a relação do intelectual com o poder, é a indignidade de falar pelos outros. É preciso ser mais cabeça- bem- feita e menos cabeça bem cheia, permitindo-se o uso pleno de nossa inteligência, precisa-se compreender que nossa lucidez depende da complexidade do modo de organização de nossas idéias. É preciso “repensar o pensamento” e duvidar da própria dúvida para desenvolver nossa inteligência geral. Existi somente o aqui e agora, o passado e o futuro, não existe, é apenas uma criação. Cada um é um universo, mas para ser universal basta falar de sua aldeia. Como Pascal já dizia: “É impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, tanto quanto conhecer o todo sem conhecer particularmente as partes”. A idéia sistêmica oposta a idéia reducionista, é que o todo é maior que a soma das partes. Idéia, inconsciente, coisa que não existe, fabricado, desejo. É a formação do desejo que faz pensar, vem daquilo que se sente falta e então se deseja. Hoje se cria primeiro o consumidor depois o produto. Faz-se isso no turismo, também, cria-se primeiro o turista, faz-se propaganda, vende-se a idéia de felicidade, diversão e alegria, desperta-se o desejo de conhecer, ver, estar e pronto nasce o turismo. É o capitalismo mundial integrado (CMI) que é igual a produção serializada, normatizada e centralizada em imagens. É a tão conhecida sociedade do espetáculo, que se propaga pelo planeta destruindo tradições. O homem é o que constrói, é o que consome. Seu interesse se sobrepõe ao do próprio planeta. Ele é pior que uma andorinha, pois ela semeia a semente e o homem corta as árvores. É o intelectual e o poder, é ideologia de competência, são as corporações maiores que o governo e ambos mais preocupados com seu próprio bem do que com os outros. As prioridades estão relacionadas com a seta dourada do consumo, e esquecendo-se que o problema do universo é de todos. Querem transformar a nação em uma nação de consumidores, são medidos por quanto consumem, querem transformar forma de vida e a satisfação do ego em consumo. A publicidade e a mídia os fazem infelizes com o que tem, gasta-se todo tempo livre com compras e televisão e ficando sem tempo para o que realmente importa e traz felicidade. É preciso reformar o pensamento, antes de pensar no social é preciso pensar como indivíduos. É preciso simplesmente parar. Precisa-se de algo novo, talvez a solução esteja em um pensamento ecológico, pensamento das conexões, é preciso enxergar as ligações. É preciso preparar-se para um mundo incerto e aguardar o inesperado. Conhecer e pensar não é chegar a uma verdade absolutamente certa, mas dialogar com a incerteza. Todo destino humano implica uma incerteza irredutível, até na absoluta certeza, que é a da morte, pois ignora-se a data. O processo histórico do pensamento político é uma das importâncias que explica para onde se está indo, é preciso sair de onde se esta para ir onde não esta, sair do buraco.
Ontem se pensava X...
Hoje se pensa Y...
Amanhã Z...

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