sexta-feira, 2 de abril de 2010

Izilda Argenton, Carolina Sumiko Tanaka e Leandro da Costa Moreira

Izilda:
A Idéia da Revolução
A Política Liberal foi o resultado de acontecimentos econômicos e sociais que impuseram mudanças no poder do Estado.
Esses acontecimentos chamaram-se revoluções burguesas contra a monarquia absoluta. A Revolução é uma astronomia – volta cíclica de um astro até o ponto de partida, porque revolução significa o contra rio ou seja o percurso ao tempo novo e a sociedade nova.
Foram 3 revoluções: Inglesa, norte-americana e francesa, com resultado de consolidação da burguesia como classe dominante. Nas 3 burguesias derrotou a nobreza e a realeza. Os populares continuaram com a revolução, pois pretendiam uma vida justa, livre e feliz, o qual foi chamado por um historiador de “revolução na revolução”. Para explicar o mundo em que viviam, só dispunham da bíblia, ao lutarem politicamente olhavam para o passado, paraíso e para o futuro, com a chegada dos homens em nova Jerusalém, onde estaria o tempo futuro e novo que seria a restituição do Paraíso, ponto de partida e chegada do movimento político onde o futuro e o passado se encontravam.
As teorias liberais separam o estado da sociedade civil. O Estado aplica as leis, garante a ordem através do uso legal da violência para punir crimes definido pelas leis.
A sociedade civil são conjuntos de relações sociais diversificados entre grupos e classes sociais e seus interesses podem ser os mesmos ou não, nela existem relações econômicas de produção, distribuição, acumulação de riquezas e consumo de produtos que circulam através do mercado.
O centro da sociedade civil é a propriedade privada que diferencia os indivíduos, grupos e classes sociais e o centro do Estado é a garantia dessa propriedade, sem misturar a política com a sociedade. O coração do liberalismo é a distancia entre o Estado e a sociedade. O reconhecimento das injustiças sociais leva as ações políticas.
Revolução, luta social que o poder leva a uma luta política contra o poder ou luta política que leva a uma luta para uma sociedade melhor. Eis porque as revoluções burguesas acontecem no mesmo processo, instigam o povo, conseguem o que querem, os populares prosseguem, ai desarmam o que armaram , torturam e matam os chefes populares e garante separação entre o Estado e a sociedade.
O significado político das revoluções quer revolução burguesa ou popular, três são muito importantes, pois desvendam a estrutura do Estado e da sociedade, elas evidenciam a divisão social e política sob a forma de uma popularização entre o alto opressor e um baixo oprimido.
A percepção do alto pelo baixo da sociedade de um poder que não é natural, nem necessário e que pode ser derrubado e reconstruído de outra maneira.
O entendimento de que os agentes sociais são sujeitos políticos e por isso são dotados de direitos e essa consciência faz com que exijam reconhecimento e garantia de seus direitos pela sociedade e pelo poder político, mais o da revolução culmina com uma declaração universal dos direitos dos cidadãos.
A declaração, os direitos repões a relação entre poder político e justiça social, cabe ao novo poder político criar instituições que satisfaçam e garantam a luta revolucionária por direitos.
As revoluções sociais:
- burguesia: tomada do poder e a instituição do Estado como republica e órgão da sociedade civil;
- revolução política: revolução política e social, visa a criação de direitos e a instituição do poder democrático que garanta uma sociedade justa e feliz;
- revoluções modernas: face popular sufocada pela fase liberal. Embora sejam obrigados a garantir alguns direitos para o povo, evitou as explosões continuas com os populares
- face popular: vencida não desaparece e reaparece periodicamente em lutas isoladas por melhores condições de vida, trabalho, salários e participação política.
A medida que se desenvolve o Capitalismo no decorrer do século XIX existem outras manifestações (derrotadas), uma vez que a classe popular se tornou uma classe social de perfil muito definido com o proletariado ou trabalhadores industriais.
Nas teorias socialistas e proletariado é sujeito político e histórico e procura figurar uma nova sociedade e uma nova política, onde a exploração dos trabalhadores, a dominação política, as exclusões sociais e culturais deixam de existir, julgam que o Estado só existe apenas para satisfazer as necessidades econômicas dos burgueses, por isso afirmaram na sociedade futura, quando não haverá divisão social de classes, nem desigualdades a política não dependera do Estado.
Essas teorias são anti-estatais, que acreditam na capacidade do auto-governo ou auto-gestão da sociedade, o proletário possui a força de trabalho.

Carol:
A Tradição Libertária:

As teorias socialistas modernas são herança da idade medieval, das lutas dos camponeses contra as tiranias governamentais (reis, papas, chefes de província) . As classes populares oprimidas da idade Média possuíam como referencial para compreender e julgar a política as imagens bíblicas do paraíso e do fim dos tempos, quando o bem venceria perpetuamente o mal, instaurando o reino dos mil anos de felicidade e justiça. Em geral, um governante tirano(papa, reis, imperadores) eram identificado como o Anti-Cristo, contra eles as classes populares reuniam em comunidade igualitárias, armavam-se e partiam para a luta (essa comunidades igualitarias eram formadas pela população de um modo geral que se armavam com ferramentas do trabalho do campo, ou seja, não possuíam armas, espadas e não tinham treinamento e nem formação militar ou de combate, sendo facilmente esmagados na luta). Quando do aparecimento de pestes, fome, guerras, eclipses, prodígios inexplicáveis que anunciavam a vinda do Anti-Cristo, segundo a tradição bíblica, era necessário o combate pelos bons e justos, este fato faziam com que a sociedades se unissem para uma revolução combatendo o Anti-Cristo, pois deveriam preparar a chegada triunfal de Cristo que venceria definitivamente este.
Nesta época surge uma obra de um jovem filósofo françês chamado La Boétie, na qual se levantava a seguinte questão:
1-"Como era possível que nações inteiras, cidades inteiras se submetessem à vontade de um só"? De onde vinha tanto poder para esmagar as pessoas?
2-De onde vêm esse desejo? Vêm do desprezo pela liberdade, se a desejássemos realmente não a trocaríamos por bens e posses. Ao fazer esta troca estaríamos aceitando infelizemente a servidão voluntária.
“A tirania não é ato de força ou violência de um homem ou de um bando de homens, mas nasce do desejo de servir e é o povo que gera seu próprio infortúnio, cúmplice dos tiranos” (Marilena Chauí)
Escrita como um mero panfleto militante, aos 16 ou 18 anos pelo Pensador francês Etienne de La Boétie, enquanto estudante de Direito, esmiúça os porquês que levam a multidão a se permitir escravizar, cega e voluntariamente, a se dispor a servir.
Para La Boétie é o povo que se sujeita e se degola; que, podendo escolher entre ser súdito ou ser livre, rejeita a liberdade e aceita o jugo, consente tal mal e até o persegue. Como ocorre esse processo é sobre o que o autor se debruça. Etienne esclarece que o tirano obtém seu poder com a conivência do próprio povo subjugado e que a este bastaria decidir não mais servir, recusar-se a sustentá-lo para que se tornasse livre.
Todos os governos, mesmo os mais despóticos(aquele que abusa de sua autoridade) e tirânicos, governaram em alguma extensão com o consentimento da maioria, ou seja, o governo usa o senso comum das pessoas; e por fim, a tendência natural de todo mundo é de se conformar com as condições atuais e não ousar imaginar e/ou empreender algo diferente; o governo usa a capacidade das pessoas de se adaptarem a qualquer tipo de situação, incluindo a servidão voluntária
Mas então como derrubar um tirano e reconquistar a liberdade? Apenas não dando a ele nossa consciencia e nossa liberdade pelo desejo de mando, sendo assim ele cairía por terra ao ver sua ordem rejeitada.
Concluímos assim que das lutas populares e das tradições libertárias nascem as teorias socialistas modernas.
O socialismo
O socialismo moderno é, em primeiro lugar, por seu conteúdo, fruto do reflexo na inteligência, de um lado dos antagonismos de classe que imperam na moderna sociedade entre possuidores e despossuidos, capitalistas e operários assalariados, e, de outro lado, da anarquia que reina na produção. Por sua forma teórica, porém, o socialismo começa apresentando-se como uma continuação, mais desenvolvida e mais conseqüente, dos princípios proclamados pelos grandes pensadores franceses do século XVIII. Como toda nova teoria, o socialismo, embora tivesse suas raízes nos fatos materiais econômicos, teve de ligar-se, ao nascer, às Idéias existentes. É um sistema econômico no qual o Estado tem a posse dos meios de produção: capital, edificações e terra. O socialismo em sua teoria é justo e eficaz, já na sua pratica é difícil de funcionar. È um sistema econômico que visa igual distribuição de renda para todas as classes, não permitindo que existam milionários ou miseráveis na sociedade. Nesse sistema os trabalhadores centralizarão todos os meios de produção nas mãos do Estado. Para a classe mais rica, o socialismo sugere uma conspiração para arruinar suas riquezas.
Não restam dúvidas que com o socialismo teríamos um sistema econômico mais humano e com melhor distribuição de renda, mas seria muito difícil vivermos numa sociedade em que todos têm o mesmo nível socioeconômico, uma vez que sempre a classe mais rica dependerá da mão-de-obra da classe mais pobre. Os assalariados necessitam de manter-se empregados produzindo o “lucro” para a classe rica, somente com o lucro e crescimento da classe rica, cada vez mais os trabalhadores se manterão ativos na sociedade e crescerá o número de empregos. Em suma, vê-se que o grande problema não esta no sistema econômico mas na mentalidade da sociedade que visa o seu beneficio próprio, vindo contra as regras regidas pelo socialismo. Ou seja se o individuo tem um carro, futuramente almejará ter dois o que é natural nas pessoas, não importando se seu vizinho não tem nenhum veículo.
O ANARQUISMO
O anarquismo é antes de tudo uma idéia, uma doutrina, uma filosofia de vida, sem fronteiras, universal, que teve e tem entre os seus adeptos-defensores algumas das mais ilustradas e brilhantes figuras no campo da ciência, das artes, da literatura, da filosofia, da sociologia e firma-se principalmente nos princípios naturais e básicos da razão, da liberdade total e consciente, na Igualdade de direitos e de deveres, na Paz e no Amor fraterno, na solidariedade humana Universal. É humanista toda a sua filosofia de vida, sua doutrina, porque coloca o Homem como o Centro do Universo, como a célula mais importante de tudo que existe para desenvolver e preservar. O desenvolvimento e o bem estar, no seu mais amplo sentido, é o maior cavalo de batalha dos anarquistas que não aceitam fronteiras para o saber; não distinguem raças, cores, idades e partem da firme convicção de que se pode e deve conseguir o máximo de bem-estar, de conhecimentos para todos de forma a permitir ao indivíduo, ser ele mesmo, cidadão livre, em terra livre. Para ele, é fundamental o saber e a busca da cultura, em todos os campos, a fim de confrontar idéias, corrigi-las, numa evolução constante, no caminho da conquista dos meios de coexistência racionais, igualitários, em comunhão de bens sociais, onde não mais se levante a mão do forte para castigar o fraco; onde o jovem não ria do velho, do inválido; o branco do negro; o mais lúcido e hábil do menos capaz. Partem sempre do simples para o composto, da unidade para o grupo, da base para cima, no sentido de alcançar a felicidade total e coletiva para a Humanidade. Suas normas básicas são de mais liberdade, menos opressão; mais autodeterminação, menos mandatários; mais autogestão, menos chefes; mais cultura racionalista; menos ensino convencional; mais autoridade racional, menos autoridade irracional; mais realidade terra-à-terra, mais solidariedade humana, menos filantropia-esmola. O anarquismo é uma idéia e uma filosofia bem antiga. O anarquista russo Michail Bakunin foi, junto com Karl Marx, uma dos mais influentes personagens do movimento internacional de trabalhadores no século XIX. Ele defendia o conceito de uma sociedade sem classes e sem governo. Bakunin achava que o Estado socialista seria a continuação da opressão do operario e camponeses com um outro nome.

Leandro:

A perspectiva marxista

Segundo Marx, o Estado poderia ser chamado de Estado burguês, pois este estava a serviço da classe dominante, ou seja, a burguesia. O Estado criado pelo capitalismo, trouxe como conseqüências a exploração da classe popular, além de manter a lei de propriedade privada. Para conter as revoltas populares, conta com aparatos, como a política, os tribunais e as forças de repressão, como o exercito e as policias. Com isso, Marx afirma que o Estado é uma instituição a serviço da burguesia, cujo propósito é defender e proteger os interesses da classe dominante, que nada mais era que o lucro, a propriedade privada e a exploração dos trabalhadores, que formavam a classe popular e menos favorecida. Outra forma de favorecer o capitalismo foi a delimitação de fronteiras, surgindo as nações, para que cada uma tivesse controlo do seu sistema de desenvolvimento.

Um comentário:

  1. No primeiro parágrafo onde está escrito:"A Revolução é uma astronomia", leia-se: A palavra revolução é um termo usado na astronomia. Izilda

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