sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Ideologia da Competência

Adriana

Em meados do século XX a maneira de se pensar ideologia sofreu alterações, a ideologia burguesa definida com caráter legislador, não era a sociedade que pensava por si próprio, mas existia um conjunto de normas e regras que decidia o que era certo ou errado o que se poderia e o que não de poderia ser feito. Mas esse padrão de filosofia começou a sofrer modificações, com a revolução industrial houve uma mudança no processo de trabalho onde cada individuo não age por si mesmo, não tem espaço para desenvolver sua criatividade, mas age de forma mecanizada repetindo o mesmo processo de produção a todo o tempo, dividido em dois setores os que mandam –que obtêm o conhecimento e as técnicas, e os que obedecem- executam o trabalho, o que dita as regras hoje não são mais os agente sociais e sim as leis de mercado, com o desenvolvimento das tecnologias cada vez mais avançadas e precisas vista com clareza na informatização do trabalho industrial e nas demais atividade econômicas e sociais. Se reunirmos a organização e a gerencia cientifica percebemos uma grande divisão social, as que possuem poder (saber), e as que não possuem o poder (não possuem o saber), denominados ideologia da competência entre os especialistas que possuem o conhecimento científico (competentes), e os que executam as tarefas comandadas pelos especialistas (incompetentes). Esse discurso opera em duas classes contraditórias de um lado afirma o racional, indivíduo agente social, político e histórico dentro da sociedade é destituído da condição de sujeitos sociais políticos e histórico, de outro lado o discurso competente desfaz a idéia anterior tomando os indivíduos como ser privativo. E como ser privativo o indivíduo não age pela sua própria vontade, mas condicionado pelo ensinamento que o discurso da competência privativa impõe como correto e verdadeiro seja no modo de pensar ou agir e exclui quem se opõe a ela. Por fim se unirmos os dois discursos o competente das organizações e dos especialistas veremos que ao dois são indissociáveis no capitalismo na racionalidade das leis de mercado e na disputa do poder. E na sua versão perversa o discurso competente afirma que para ser feliz é preciso subir na hierarquia do trabalho e ter poder, inutilizando o desempregado que por falta de opção se encontra nessa situação, e que a tecnologia atual do capitalismo só tem aumentado o desemprego substituindo o homem por maquinas. Portanto as representações de idéias de valores e conduta impostos a sociedade nada mais é uma maneira de explicar à sociedade as diferenças sociais sem nunca atribuir essas diferenças a produção capitalista e sim mostram ao indivíduo o seu lugar na sociedade, através da explicação da teoria real das filosofias e das religiões e no corpo teórico de conjuntos e regras, que possui uma coerência racional deixando lacunas em branco, vazios, isso porque não sabe e não pode explicar tudo se explicasse não seria ideologia e em contra censo mostra que a ideologia e um instrumento de dominação que reprime não fisicamente e sim psicologicamente.
Já a ideologia familiar encontra- se dividido em três grupos: burguesa, proletária e a pequeno-burguesa.
Burguesa: A família é como um contrato econômico de patrimônio e herança, passado hereditariamente e tudo se deve fazer para conservar.
Proletária: tem a função de procriar filhos para a força de trabalho – razões ideológicas.
Pequeno-burguesa: tem a função de reproduzir ideais e valores da burguesia para a sociedade e conservar a autoridade paterna como ideal familiar.
Se a ideologia mostrasse todos os aspectos que liga a família ao capitalismo não teria argumentos para manter o ideal familiar. A ideologia não tem historia, mas nem sempre é a mesma, age conforme as mudanças de mercado. Compreendemos também como a ideologia é capaz de ultrapassar o tempo em duas direções no passado explicando os acontecimentos de seu próprio tempo e no futuro com visões imprevisíveis. Ideologia fabrica históricas imaginárias como a nacionalista, estatista e a racionalista, portanto, a afirmação da ideologia como algo que não tem historia. E por fim a ideologia dominante que em seu contexto relata nos textos históricos que só existe um lado os vencedores (poderosos), os pequenos não tem historia são apenas peças coadjuvantes, os feitos são méritos apenas dos grandes dos dominantes.

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