quarta-feira, 31 de março de 2010

A ideologia da competencia

Carlos Alberto Novelli
Andre Augusto Calmo
Bruno Garcia

A GÊNESE DA SOCIEDADE E DO ESTADO


Marx indaga como os homens passaram da submissão ao poder pessoal de um senhor à obediência do poder impessoal do Estado. Para entender essa questão, é preciso desvendar primeiro a gênese do Estado.
Nós nos Distinguimos dos animais não porque sejamos dotados de consciência, nem porque sejam naturalmente sociáveis e políticos, mas porque somos capazes de produzir as condições de nossa existência material e intelectual. Os seres humanos são produtores: são o que produzem e são como produzem. A produção das condições materiais e intelectuais da existência não são escolhidas livremente pelos seres humanos, mas estão dadas objetivamente, independentemente de nossa vontade.
A produção material e intelectual da existência humana depende de condições naturais e da produção. Esta não é apenas um dado biológico, mas é social, pois decorre da maneira como se dá o intercâmbio e a cooperação entre os humanos e do modo como é simbolizada psicológica e culturalmente a diferença dos sexos. Essa divisão, que começa na família, com a diferença sexual das tarefas, prossegue na distinção entre agricultura e pastoreio, entre ambas e o comércio, conduzindo à separação entre o campo e a cidade.
A propriedade começa como propriedade tribal e a sociedade tem a forma de uma comunidade baseada na família. Nela prevalece a hierarquia definida por tarefas, funções , poderes e consumo. Essa forma da propriedade se transforma numa outra, a propriedade estatal, ou seja, propriedade do Estado, cujo dirigente determina o modo de relações dos sujeitos com ela
A sociedade se divide, agora, entre senhores e escravos. Nos grandes impérios orientais, os senhores se ocupam da guerra e da religião: na Grécia e em Roma, tornam-se cidadãos e ocupam-se da política, além de possuírem privilégios militares e religiosos: vivem nas cidades e em luta permanente entre os que permaneceram no campo.
A terceira forma de propriedade é feudal, apresentando-se como propriedade privada da terra pelos senhores e propriedade dos instrumentos de trabalho pelos artesãos livres, membros das corporações dos burgos. A terra é trabalhada dos servos da gleba e a sociedade se estrutura pela divisão entre nobreza fundiária e servos.
As relações sociais de produção são responsáveis apenas pela gênese da sociedade, mas também pela do Estado, que Marx designa como superestrutura jurídica e política.
No caso do estado moderno, como vimos, as idéias de Estado de Natureza, direito natural, contrato social e direito civil fundam o poder político na vontade dos proprietários dos meios de produção, que se apresentam como indivíduos livres e iguais que transferem seus direitos naturais ao poder político, instituindo a autoridade do Estado e das leis.
Eis por que o Estado precisa aparecer como expressão do interesse geral e não como senhorio particular de alguns poderosos. Os não- proprietários podem recusar. Sabemos que a luta armada derrubou os resquícios de uma sociedade feudal na Europa e conseguiu implantar a base de uma sociedade que permanece até hoje com os ideais liberais burgueses. Tais ideais baseados em princípios, como a divisão de poderes, além disso, o Estado se submeteria ao direito que garantiria ao indivíduo direitos e liberdades inalienáveis, especialmente o direito de propriedades. Essa sociedade aparenta certa igualdade de direitos e deveres entre os indivíduos que dela participam. Karl Marx, no entanto percebe que a situação social não é assim tão igual e busca além de respostas, soluções para os problemas sociais advindos do modo de produção capitalista. Segundo Lênin: a questão do Estado é uma das mais complexas, mais difíceis, e, talvez, mais embrulhada pelos eruditos, escritores e filósofos burgueses.
Isso demonstra que o Estado é um dos responsáveis pela contradição entre Estado e trabalho, ou seja, uma das formas de oposições de classes. Classes essas, que para Engels, são “produtos das relações econômicas da sua época”. A base da sociedade é a produção econômica. Sobre esses bases econômicas se ergue uma superestrutura, o estado e as idéias econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas e artísticas. Marx queria a inversão da pirâmide social, isto é, pondo o poder na maioria.
O proletário, seria a única força capaz de destruir a sociedade capitalista e construir uma nova sociedade sem classes, a comunista.
Para Marx os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as idéias que eles tende mundo e da sociedade seriam as mesmas idéias que a burguesia espalha. O capitalismo seria atingido por crises econômicas porque ele se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas. Seria um absurdo que a humanidade inteira se dedicasse a trabalhar e a produzir a um punhado de grandes empresários. A economia do futuro que associaria todos os homens e povos do planeta, só poderia ser uma produção controlada por todos os homens e povos. Para Marx, quanto mais o mundo se unifica economicamente mais ele necessita do socialismo. Seu pensamento político criticou outros movimentos socialistas por terem um caráter reformador e não transformador. Marx e Engels não defendiam uma melhora nas condições de vida do proletário, mas a própria emancipação do proletário, o fim da condição proletária. Desse modo não se tratava de amenizar a exploração, mas aboli-la.
Para Marx o desenvolvimento do capitalismo cria várias contradições, entre elas a proletarização que será o exército que irá destronar a burguesia. Entretanto, as mudanças do Estado ao longo da história se deram devido a mudanças sociais. Essa conclusão se deve ao fato de em cada período a luta entre capital e trabalho é herdada do período anterior o que inclui a própria organização estatal. Marx entende o Estado como resultados das lutas anteriores, o que o torna em constantes mudanças trazidas pela lutas anteriores. Deste modo e Estado é definido como resultado das conquistas de lutas anteriores, portanto o Estado atual é resultado das modificações impostas pelas lutas atuais e anteriores. Alguns falam que as idéias de Marx estariam ultrapassadas ou até mesmo superadas, no entanto uma pesquisa recente feita na Inglaterra pela rádio BBC apontou Karl Marx como o maior filósofo de todos os tempos.
Seminário Ideologia:

Ideologia é a ciência das idéias, crenças, tradições, princípios e mitos, sustentados por um individuo ou grupo social, de uma época, de uma sociedade.
E para quem usa a ideologia como concepção critica, ideologia pode ser considerado um instrumento de dominação que age por meio de convencimento, e não por meio de força física, assim alienando a consciência humana.

Ideologia segundo Marx

Marx, afirma que a consciência humana é sempre social e histórica, dependendo das condições concretas da existência, por exemplo: Na política, o sujeito social é levado a aceitar a dominação estatal; Na economia, o capitalismo reduz os trabalhadores a meros produtores de produtos que não podem consumi-los; e tudo parece tão natural, porém poderoso (escravos por natureza, cidadãos por natureza, proprietários por natureza, assalariados por natureza).
Nesta sociedade o trabalho se divide em:
Material: produção de coisas.
Intelectual: produção de idéias.
As idéias passam a criar a realidade, dominando moldando a consciência social através da: religião, artes, escola, ciência, costumes, leis e direitos.
Assim sendo a principal função da ideologia é:
Ocultar a origem da sociedade.
Dissimular a presença da luta de classes.
Negar a desigualdade social.
Oferecer a imagem ilusória da comunidade.

Comentário sobre o texto
Ou seja, é uma sociedade mascarada pela ideologia atual que o mundo nos prega. Tornando nossa vivencia um mecanismo pra satisfazer uma pequena parte da sociedade nos seu desejos, costumes e anseios. Mas a esperança é imortal, sabemos que não podemos mudar o começo mas se a gente quiser podemos mudar o final.
Mas somente poderemos mudar esse final com uma pratica política nascida dos exploradores e dominados e dirigidas por eles próprios. Para essa prática é de grande importância a critica á ideologia, que consiste em preencher as lacunas e os silêncios do pensamento e discursos ideológicos, obrigando-os a dizer tudo o que não esta dito, pois dessa maneira a lógica da ideologia se desfaz e se desmancha, deixando ver o que estava escondido e assegurava a exploração econômica, a desigualdade social, a dominação política e a exclusão cultural.

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